Obituário

Morre arqueólogo da UFSM

"

O professor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Saul Eduardo Seiguer Milder morreu no começo da manhã desta segunda-feira em Santa Maria. Ele estava em tratamento para um linfoma há sete meses e teve uma parada cardiorrespiratória em casa, às 5h30min. Aos 52 anos, natural de Barra do Quaraí, ele deixa quatro filhos e esposa.

O velório está sendo realizado na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Rua Appel 452, ao lado do Hotel Appel). O enterro ocorrerá às 15h30min, no Cemitério Santa Rita, em Camobi.

Saul era professor adjunto da UFSM, formado em História e com doutorado em Arqueologia. Era uma referência em pesquisas arqueológicas do período pré-histórico no Estado. Atualmente, coordenava o Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da UFSM. 

_  Lamentável a perda do professor Saul, primeiramente, pelo ser humano, e, depois, por toda a trajetória dele na nossa universidade, pelo vazio que deixa na pesquisa, ensino e extensão. O professor tinha uma formação muito forte na área de Arqueologia. Teve participação em assuntos de grande interesse na região. Além da Arqueologia, atuava na área de educação patrimonial, na área de pesquisa em integração e políticas de fronteira. A universidade está em luto. O trabalho que o professor fazia era de reconstituição histórica, arqueológica e antropológica da nossa região. O desafio que permanece é dar continuidade ao trabalho que ele vinha desenvolvendo – lamentou o reitor da UFSM, Paulo Burmann, na manhã de hoje.

A família, ainda muito abalada, reconhece o trabalho de Saul, que se dedicava muito às pesquisas e novas descobertas arqueológicas na região Central.

_ A pesquisa perde um grande nome. Meu pai sempre se dedicou muito à carreira dele e à pesquisa. Sempre fazia questão de se integrar, de participar, sempre procurando passar o conhecimento adquirido para outras pessoas. Ele era apaixonado pelo que fazia. Sinto que a academia perde um grande mestre. Novos nomes na área da Arqueologia precisarão surgir e nós sentimos por ele não poder mais fazer parte desta produção_ lamenta Camila Milder, a filha mais velha.

O arqueólogo Lucio Lemes trabalhava com Saul desde 2000 e fazia parte da equipe de pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas Arqueológicas da UFSM.

_ Ele foi muito importante na minha vida, pois foi o responsável por incentivar minha entrada nas pesquisas em Arqueologia. Ele foi meu orientador de mestrado e agora era meu co-orientador do doutorado. Tudo o que eu aprendi e o que eu sei no universo acadêmico eu devo a ele. Ele era praticamente um segundo pai para mim.

O professor do Departamento de História da UFSM, Diorge Konrad, também lamenta a perda do professor:

_ Nós perdemos um grande historiador e com certeza uma das maiores referências na área da Arqueologia no Rio Grande do Sul. Nosso departamento sempre teve, no laboratório coordenado por ele, um local de produção do conhecimento. Muitos pesquisadores seguiram o mesmo caminho do Saul, por intermédio das pesquisas realizadas por ele. Ele deixa um legado para a arqueologia regional e especialmente para a UFSM, pois as pesquisas alavancadas por ele são de reconhecimento nacional_ comenta o professor, que foi colega de profissão de Saul durante 20 anos.

"

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Copa dos Copos, garanta o seu

Próximo

Resumo do Bom Dia Rio Grande - RBS TV

Geral